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Cronicas-->Exortação à Cidadania -- 09/04/2000 - 00:28 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
vaniamdiniz@zaz.com.br

Exortação à Cidadania


Quando era criança ouvia meu pai comentar sobre um país novo que se iniciaria.
Fortaleza, progresso e cultura viriam a ser a base desse crescimento.
Eu pertencia a uma família de políticos e nela cresci sentindo toda espécie de esperança para um país, que pretendia evoluir progressivamente.
Hoje, tantos anos depois, ouço com descrença em outras palavras os mesmos gritos de otimismo.
Só que a maturidade me faz entender de forma diferente e a desilusão por tantos sonhos cívicos malogrados traz com ela a decepção e a desesperança;
Só que hoje não existe mais a boa fé, a bondade e o espírito de união que contornavam os caminhos de gerações anteriores;
Só que não vemos mais o sorriso sincero e a vibração que nossos antepassados carregavam gloriosamente no peito;
Só que hoje o medo tomou conta da população e os assaltos campeiam as ruas outrora tranquilas e benfazejas;
Só que as pessoas se defendem uma das outras como se desconfiassem de cada semelhante seu;
Só que as drogas deixam sequelas imensas nos nossos jovens, transformando-os e tornando-os agressivos e tristes;
Só que boa parte de nossos políticos não se preocupam com a população que carece de confiança e não acredita em quase nada;
Só que a honestidade e justiça são sentidos como algo desconhecido e totalmente ultrapassado;
Só que os valores foram invertidos, a consciência sofreu imensa elasticidade e quase ninguém se interessa pelo seu semelhante;
Só que as coisas sérias constituem motivo de galhofa, porque as pessoas estão tão descrentes que não querem criar expectativa crendo em algo que possa decepcioná-las depois;
Só que a violência impera, o autoritarismo domina de uma forma velada e as pessoas ficaram sem os direitos estáveis;
Só que apesar das evidências, ninguém reage e não temos nem remotamente a imagem de um líder que possa impulsionar as pessoas;
Só que antes eu via com olhos brilhantes o entusiasmo de toda uma população e atualmente com olhos marejados de lágrimas assisto impotente à vitória dos interesses pessoais de algumas pessoas que nem sequer tem vontade de sonhar, quanto mais de atingir uma realidade renovadora, consciente, democrática e leal.
No país Novo que idealizei em minhas quimeras juvenis, apareciam cidadãos conscientizados em seus próprios direitos cuja cidadania seria algo inquestionável e profissionais quer fossem políticos, médicos ou professores voltados para o bem das pessoas e preocupados cada vez mais no saber e em pesquisas elucidativas e descobertas que abrissem caminhos a valores intrínsecos.
Não vejo, entretanto um País Novo mas um velho país, já combalido, embora relativamente jovem, em cujos alicerces frágeis não temos coragem sequer de apoiar-nos com medo de despencarmos inexoravelmente.
Esperamos, apesar de tudo, um Novo País em cujas estruturas nobres e retas não o jovem de ontem que não tem mais tempo, mas que pelo menos o de hoje possa usufruir um futuro próximo e mais feliz.
Esses jovens precisam se imbuir do verdadeiro espírito de cidadania. E cidadania é ser respeitada, é fazer valer seus direitos e cumprir suas obrigações para com os estados e os outros cidadãos, que como eles também tem direito à verdadeira cidadania.
No dia em que todas as pessoas entenderem como é isso é primordial para conservação e harmonia da própria vida, todo poderemos caminhar em paz cercado de direitos, deveres, liberdade e tranquilidade, sem os quais a legitimidade da vida e a felicidade não serão possíveis.
Viver num país com cidadania é pelo menos ser um cidadão cuja integridade é preservada no sentido lato da palavra.
Um país novo! É o que esperamos para nossos filhos e netos e então poderá brilhar uma luz que não se apagará nunca.

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